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Dia da Aquicultura: SP aposta em pesquisa e inovação para desenvolver setor

Segurança alimentar, desenvolvimento econômico, conservação dos recursos naturais e inovação tecnológica. Esses são alguns dos motivos para celebrar o Dia Nacional da Aquicultura, neste 20 de março, um setor que se destaca pela prática sustentável, já que a pesca extrativista pode levar à exaustão dos estoques pesqueiros. 

Vale destacar que o setor atua no cultivo de peixes, mas também de crustáceos, como o camarão e a lagosta; de moluscos: polvo e a lula; de algas e de outros organismos que vivem em ambientes aquáticos. 

A aquicultura paulista tem impulsionado avanços significativos em tecnologia e ciência, resultando em melhorias na produtividade, na qualidade dos produtos e na sustentabilidade ambiental. A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA) tem em sua estrutura o Instituto de Pesca (IP), vinculado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), que desenvolve projetos na área de aquicultura, visando à obtenção e disseminação de novos conhecimentos e tecnologias destinados em prol do pescado e da qualidade ambiental.

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“No Dia Nacional da Aquicultura, ressaltamos o papel fundamental do Instituto de Pesca no desenvolvimento sustentável do setor, oferecendo suporte técnico e científico, desenvolvendo soluções para nutrição, melhoramento genético e sistemas produtivos eficientes. Além disso, atua na capacitação de produtores, no monitoramento da qualidade da água e na promoção de tecnologias que impulsionam a produtividade e fortalecem a economia azul”, ressalta Luiz Ayrosa, pesquisador científico.

O Instituto de Pesca coordena o programa estadual Algicultura SP com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável e ordenado do cultivo de macroalgas. O programa com várias ações incentiva o desenvolvimento da cadeia de valor das macroalgas no estado de São Paulo, promovendo pesquisa, inovação e integração entre os diferentes setores envolvidos, incluindo produtores, indústria e órgãos reguladores.

O IP desempenha um papel de destaque nos estudos sobre a macroalga Kappaphycus alvarezii, amplamente utilizada na produção de gelatina (carragenana), biofertilizantes, biocombustíveis, bioplásticos, cosméticos, rações e fármacos. Em parceria com o Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA/SIMA) e a Universidade de São Paulo, por meio do Instituto de Biociências (IB/USP), Instituto Oceanográfico (IO/USP) e Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), a UNICAMP e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o IP busca aprimorar o cultivo e as aplicações desta macroalga no Brasil.

“A produção da Kappaphycus alvarezii vem ganhando espaço na aquicultura brasileira, sendo um produto com alto potencial comercial e estratégico para o setor”, ressaltou a pesquisadora científica do IP-Apta e coordenadora do Programa Algicultura SP, Valéria Gelli.

Para a obtenção do biofertilizante (extrato) são utilizadas macroalgas frescas das diferentes linhagens, as quais são lavadas, pesadas, trituradas e, por fim, filtradas para a obtenção do extrato aquoso. “Pesquisamos esse biofertilizante à base da macroalga desde 2015, e estes novos estudos reafirmam sua eficiência agronômica como uma solução sustentável, com grande potencial para reduzir a dependência de produtos químicos e aumentar a produtividade das lavouras brasileiras”, destacou Valéria Gelli.

Entre os resultados na alface, destacou-se o aumento no peso das plantas e na hortelã na altura das plantas, no número de nós — que são essenciais para o crescimento e a ramificação — e no peso seco da parte aérea, que corresponde à parte acima do solo. A aplicação do extrato também apresentou variações nos resultados, dependendo da concentração utilizada, com melhorias expressivas em todos os indicadores analisados.

No Brasil, a safra 2024 da macroalga está estimada em quase 1,5 mil toneladas, sendo Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo os estados oficialmente produtores. Segundo o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), o potencial brasileiro de cultivo é muito maior, podendo chegar a aproximadamente 170 mil toneladas por ano.

Para a obtenção do biofertilizante, foram utilizadas amostras em partes iguais de macroalgas frescas das linhagens verde e vermelha. Após o processo de lavagem, pesagem e trituração, o material foi filtrado para obtenção do extrato aquoso. “Pesquisamos esse biofertilizante à base de macroalgas desde 2015, e este novo estudo reafirma sua eficiência agronômica como uma solução sustentável. Ele apresenta grande potencial para reduzir a dependência de fertilizantes químicos e aumentar a produtividade das lavouras brasileiras”, destaca Gelli.

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