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SP promove restauração de 1.300 hectares no Vale do Paraíba com geração de renda para produtores
O Governo de São Paulo promove a restauração de 1.300 hectares no Vale do Paraíba, por meio do projeto PSA Refloresta-SP – Vale Mais Verde, que combina recuperação ambiental com fortalecimento da agricultura sustentável. A iniciativa, coordenada pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), é financiada pelo Fundo Estadual de Prevenção e Controle da Poluição (Fecop) e executada pelo Consórcio Intermunicipal 3 Rios, com apoio técnico da nova Diretoria de Biodiversidade e Biotecnologia da Pasta.
Esses recursos são destinados ao pagamento pelos serviços ambientais prestados pelos produtores rurais participantes, bem como às atividades de gestão e execução do projeto. Em menos de um ano de execução, o projeto já firmou 116 contratos com produtores rurais, totalizando mais de R$ 8,7 milhões em pagamentos por serviços ambientais (PSA) para agricultores de nove municípios do Vale do Paraíba. Esses contratos garantem apoio financeiro para produtores que adotam práticas agrícolas sustentáveis e contribuem para a restauração e conservação da vegetação nativa.
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Ao executarem plenamente os planos de ação elaborados, os produtores recebem, ao final dos 2,5 anos do projeto, em média, R$ 41,5 mil pela restauração de vegetação nativa com sistemas produtivos sustentáveis e R$ 12 mil pela conservação da vegetação nativa pré-existente em suas propriedades.
Entre os resultados esperados ao final dos 2,5 anos de vigência dos contratos estão 1.300 hectares restaurados com sistemas produtivos ecológicos, 132 hectares de vegetação nativa em processo de restauração e 1.800 hectares de vegetação nativa conservada.
De acordo com a primeira avaliação técnica realizada após seis meses de execução, 55 dos 59 planos de ação iniciais foram cumpridos integralmente, evidenciando o compromisso dos produtores com a preservação ambiental e a melhoria da produtividade rural. Os quatro restantes estão em fase de execução, com conclusão prevista para o início de 2027. Esse sucesso inicial reflete o engajamento da comunidade rural e o impacto positivo das abordagens técnicas adotadas para otimizar o uso do solo e conservar a biodiversidade.
Os principais beneficiados são os produtores rurais dos municípios consorciados que aderem ao projeto, recebendo pagamentos por adotar práticas que contribuem para a conservação e restauração ambiental. Além disso, a comunidade em geral se beneficia com a melhoria dos serviços ecossistêmicos, como a proteção dos recursos hídricos, a conservação da biodiversidade e a mitigação das mudanças climáticas.
O projeto integra a estratégia do Refloresta-SP, que busca criar condições para a restauração de 1,5 milhão de hectares até 2050, contribuindo para a recuperação de áreas degradadas, a conservação da biodiversidade e a geração de renda para produtores rurais. Além da recuperação da vegetação nativa, a iniciativa inclui práticas produtivas sustentáveis, como sistemas agroflorestais, sistemas silvipastoris e florestas multifuncionais, promovendo uma aliança entre campo e natureza. O projeto também se destaca pelo uso de abordagens científicas e pela capacitação técnica dos produtores, que recebem orientação para manejar suas terras com práticas regenerativas, promovendo a resiliência climática e a conservação dos recursos hídricos.
O Consórcio Intermunicipal Três Rios é uma associação pública formada por diversos municípios da região do Vale do Paraíba. Sua principal função é promover a cooperação entre os municípios consorciados para a realização de projetos e serviços de interesse comum, especialmente nas áreas de meio ambiente, desenvolvimento sustentável e infraestrutura.
Um dos participantes do projeto é Causio Giovani Figueira, produtor de leite em Lagoinha. A propriedade de 18,2 hectares integra o programa desde novembro do ano passado. “Todo o suporte que recebi me ajudou demais. Eu nem imaginava que com algumas mudanças dava pra ter tantos benefícios assim. Sempre fui acostumado com o jeito antigo de fazer as coisas, mas hoje vejo como essas novas técnicas só trouxeram melhorias. A água aumentou bastante aqui na propriedade depois do projeto, e com isso a produção de leite também melhorou. Agora estou até investindo em irrigação, o que vai deixar a pastagem com muito mais qualidade”, destaca Figueira que, após a conclusão de todas as etapas, terá recebido R$ 70 mil pelo programa.
No âmbito do projeto Vale Mais Verde, o Consórcio atua como executor das ações previstas, sendo responsável por operacionalizar o projeto nos municípios consorciados, coordenando atividades como a publicação de editais de chamamento público para seleção de proprietários ou possuidores de áreas rurais interessados em participar do projeto; a formalização de contratos de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) com os produtores rurais selecionados; o acompanhamento e monitoramento das atividades de restauração e conservação realizadas nas propriedades participantes; e a prestação de assistência técnica aos produtores para implementação de práticas sustentáveis, como sistemas agroflorestais e silvipastoris.
“Estamos promovendo o cultivo da água, do solo e da biodiversidade, capturando carbono, mas também incentivando a produção rentável de alimentos saudáveis, com pegada ecológica positiva e resiliente às mudanças climáticas. O objetivo é que a preservação da natureza deixe de ser vista como um custo e passe a ser compreendida como um ativo que gera retorno ecológico e econômico positivo”, destaca Felipe Altivo, especialista responsável pela implementação do projeto.
Em função do bom andamento do projeto e da existência de inscritos não contemplados na chamada pública realizada pelo Consórcio 3 Rios no ano passado, o projeto será ampliado para este ano, permitindo o atendimento de mais beneficiários.
Tecnologia para transparência e eficiência
Um dos diferenciais do projeto é o uso de um aplicativo web desenvolvido para o monitoramento e gestão dos contratos de PSA. A ferramenta permite o acompanhamento em tempo real da localização, tipo de intervenção e estágio de execução de cada contrato, fortalecendo a transparência e a eficiência na execução do projeto.
Esse sistema de Mensuração, Relato e Verificação (MRV) garante rastreabilidade e consistência técnica, além de facilitar a replicação do modelo em outras regiões do estado. A plataforma também possibilita a avaliação contínua do impacto econômico e ambiental das intervenções, oferecendo informações essenciais para o aprimoramento das políticas públicas de conservação e restauração.
O PSA Refloresta-SP – Vale Mais Verde demonstra que é possível restaurar ecossistemas sem abrir mão do desenvolvimento rural. Inspirado em projetos bem-sucedidos, como o Conexão Mata Atlântica — desenvolvido pela Semil e a Fundação Florestal — o modelo promove uma nova relação entre produtores rurais, meio ambiente e sociedade, mostrando que investir na restauração é investir no futuro. Ao promover práticas agroecológicas e restaurativas, o projeto reforça a importância do manejo inteligente dos recursos naturais associado ao incremento dos serviços ecossistêmicos, criando uma economia rural mais sustentável e resiliente.
Soluções sustentáveis para um futuro mais verde
Além dos ganhos ambientais — como a redução da erosão do solo, o aumento da infiltração de água, a proteção de nascentes e cursos d’água e o estímulo à biodiversidade — o PSA Refloresta-SP – Vale Mais Verde promove benefícios socioeconômicos, como geração de renda, desenvolvimento local, capacitação técnica dos produtores rurais, produção de alimentos saudáveis e estímulo a novas cadeias de valor da bioeconomia. Esses avanços contribuem para a segurança hídrica e para a mitigação das mudanças climáticas, fortalecendo a resiliência das comunidades rurais e melhorando a qualidade de vida no campo.
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