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USP participa da Primavera dos Museus com exposições e atividades educativas – Notícias de Batatais

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USP participa da Primavera dos Museus com exposições e atividades educativas

A crise climática deixou de ser uma ameaça futura para se tornar uma realidade, que redefine paisagens, culturas e modos de vida em todo o planeta. Seus efeitos são sentidos de forma desigual, revelando vulnerabilidades históricas e reforçando a urgência de ações coletivas. Neste contexto, os museus, vistos como espaços de preservação do passado, significação do presente e projeção do futuro, surgem como atores importantes no enfrentamento dessas transformações.

No contexto da COP 30,  os museus assumem uma posição estratégica singular: são as instituições capazes de traduzir para o público global a complexa relação entre cultura, história e meio ambiente. A 19ª Primavera dos Museus, que será realizada entre os dias 22 e 28 de setembro, reunindo vários museus da USP, vai refletir sobre como essas instituições podem documentar, pesquisar, educar e intervir nas práticas relacionadas aos impactos ambientais, evidenciando suas conexões com a memória, a justiça e a criatividade humana. 

Tornar os museus relevantes nesse debate, significa também olhar para dentro. Suas próprias estruturas e processos de trabalho – desde o consumo de energia até as parcerias com patrocinadores – podem ser alinhadas aos princípios que defendem, como o tratamento de resíduos, a transição energética, a incorporação de materiais de baixo impacto em suas reservas técnicas ou a colaboração de comunidades, que registrem mudanças em tempo real.

Além disso, os museus preservam em seus acervos importantes registros históricos da relação entre sociedades e natureza, desde representações artísticas de ecossistemas desaparecidos até objetos que narram o deslocamento de comunidades por fenômenos climáticos extremos. Esses acervos documentam a capacidade de adaptação e vulnerabilidade humana frente às mudanças ambientais, como também possuem o potencial de assumir um papel transformador, estimulando um debate profundo e propositivo sobre os desafios climáticos contemporâneos.

Como está descrito no site do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), “a 19ª Primavera dos Museus, portanto, é uma oportunidade para reposicionar essas instituições como ‘patrimônio estratégico para a ação climática’. Ao assumirem um papel ativo na promoção de justiça socioambiental, os museus reafirmam sua relevância como espaços vivos, críticos e necessários – capazes de sensibilizar, mobilizar e colaborar com a sociedade na construção de respostas aos desafios urgentes do presente e do futuro”. 

Programação na USP

No Museu do Ipiranga da USP, serão realizadas três visitas mediadas no dia 24 de setembro, das 10h30 às 12h, das 14h30 às 16h e das 15h às 16h30, que vão explorar as transformações do Jardim do Museu e do Parque da Independência ao longo do tempo. Os participantes vão descobrir plantas e usos que revelam mudanças sociais, culturais e paisagísticas, além de investigar a relação entre o jardim e o edifício-monumento. Essa é uma oportunidade para refletir sobre como a natureza também compõe faz parte da cultura material da nossa sociedade. 

Museu da Educação e do Brinquedo no campus da USP da capital. Foto: Divulgação/MEB FEUSP

No Museu da Educação e do Brinquedo (MEB) da Faculdade de Educação (FE) da USP será realizada a mesa-redonda Relações entre museus e comunidades em processos formativos de educação socioambiental, que vai apresentar dois projetos formativos em regiões distintas do Brasil: um deles conduzido pelo Centro de Ciências e Planetário do Pará e envolveu a comunidade local no momento de sua institucionalização na década de 1990 e o outro se refere à formação de educadores patrimoniais ambientais na Comunidade da Serra da Capivara na Rota do Homem Americano (dia 22 de setembro, das 19h às 20h30). Haverá também visita monitorada às exposições do além de oficina de pintura com tintas naturais (dia 23 de setembro, das 9h às 12h). 

No Museu e Centro de Ciências, Educação e Artes Luiz de Queiroz da Escola Superior Luiz de Queiroz (Esalq) da USP em Piracicaba, estão em cartaz até 30 de setembro duas exposições: Mandala, que apresenta a arte da mandala, um desenho ou padrão geométrico circular que simboliza o universo e a conexão entre o divino e o humano, com raízes em tradições espirituais como o budismo e o hinduísmo; e Grandes Endemias, que reúne cartazes abordando algumas das principais endemias, como AIDS, Dengue, Poliomielite, Sarampo, Tuberculose, entre outras. 

O Centro de Referência em Ensino de Ciências da Natureza (Crecin) da Esalq está participando da 2ª edição da Feira Eureka!, de Matemática, Ciências e Tecnologia da Rede Municipal de Ensino de Piracicaba-SP, que tem como objetivo promover a investigação científica, a criatividade e a inovação entre os alunos da Rede Municipal de Piracicaba. O evento também busca inspirar a descoberta e a solução de problemas, sobre a matemática aplicada à natureza e o trabalho em equipe. O grupo está levando recursos didáticos e atividades abrangendo a Criosfera, as mudanças climáticas, a Cultura Oceânica e a ciência de forma lúdica, destacando a divulgação científica (nos dias 24 e 25 de setembro, das 8h às 16h30). 

Pessoas em visita ao Museu Republicano de Itu. Foto: Divulgação/MRI

No Museu Republicano de Itu (MRI), pertencente ao Museu Paulista da USP, será realizada uma contação de história sobre As Lendas do Rio Tietê, um dos maiores e mais importantes rios do Estado de São Paulo, um caminho importante na história do território americano, a partir da exposição Viagens fluviais: homens e canoas na rota das monções, que expõe telas e objetos sobre o cotidiano dessas viagens (dia 27 de setembro, das 14h30 às 15h30).

Também no dia 27 de setembro, das 10h às 11h30, acontece a palestra A viola pantaneira e as monções pelo rio Tietê, com o pesquisador Yuri Zacra, que vai conduzir uma análise sobre as confluências entre a arte de fazer canoas monóxilas e a construção da Viola de Cocho, suas matrizes técnicas, simbólicas e materiais. Ainda serão realizadas duas visitas mediadas no dia 28 de setembro, das 11h às 11h30 e das 14h às 14h30, que a partir das telas expostas nas exposições, refletindo sobre as representações do rio Tietê nas narrativas históricas. 

Programação completa neste link.  Mais informações no site do evento.

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