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Dia da Alimentação Escolar: SP amplia 14 vezes investimento em produtos da agricultura familiar em seis anos
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) já investiu R$ 143 milhões em produtos da agricultura familiar para a alimentação de mais de 3.700 escolas estaduais em 2025. O valor é 14 vezes maior do que o investido em 2019, há seis anos, quando a gestão anterior investiu R$ 10 milhões na compra de produtos da mesma origem para os pratos de alunos da rede pública estadual.
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O valor investido neste ano também já superou os investimentos no ano passado, quando a pasta pagou R$ 140 milhões em produtos da agricultura familiar.
Nas escolas estaduais, a alimentação escolar é servida de duas formas: descentralizada, por meio de convênio com as prefeituras, ou centralizada, quando a Seduc-SP investe na compra de insumos e na contratação das equipes que atuam na cozinha. As mais de 3.700 unidades da rede que recebem os alimentos provenientes do investimento de R$ 143 milhões são atendidas pela alimentação centralizada.
Educação de SP supera investimento nacional
O valor investido pela Educação de SP já ultrapassa 30% da verba do Programa de Alimentação Escolar (PAE), regra determinada pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
A partir do ano que vem, a Seduc-SP passará a destinar mais de 45% dos recursos da alimentação escolar, recebidos por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), à compra de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar, em consonância com a lei nº 11.947, de 2025.
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Entre os produtos comprados pela Seduc-SP direto de produtores da agricultura familiar estão: banana, arroz, feijão carioca, feijão preto, farinha de mandioca, suco integral de uva, suco integral de maçã, tangerina, limão, caqui, goiaba e doce de banana sem açúcar. Alface, tomate, cenoura, beterraba, chuchu, acelga, repolho, pimentão, pepino, almeirão, batata doce, cebolinha, couve, mandioca, mamão também integram a lista de compras para a alimentação escolar.
A estudante Maria Clara dos Santos, de 17 anos de idade, matriculada na 2ª série da Escola Estadual Buenos Aires, localizada na zona norte da capital paulista, reconhece a importância de se alimentar com comidas oriundas da agricultura familiar. “Foi aqui na escola que eu aprendi a gostar de mamão, por exemplo. Também gosto de banana e de tangerina. A agricultura familiar afeta de uma forma muito boa a escola e, quando eu penso que o que estou comendo foi produzido por uma família, imagino que a agricultura gerou laços mais fortes entre essas famílias e que a comida tem mais amor e mais cuidado”, considera.
Comida de verdade no prato do estudante
Osanilda Melo, nutricionista da Seduc-SP, destaca as ações da Secretaria da Educação na transformação dos pratos que são oferecidos para os alunos da rede pública paulista. “A alimentação escolar é uma das principais ações de combate à fome no Brasil, muitos dos nossos estudantes ainda têm na escola sua principal refeição, principalmente quando a gente pensa em um prato saudável. Hoje, no estado de São Paulo, a alimentação é baseada em produtos in natura ou minimamente processados. A gente vem de uma época em que a merenda era formada por preparos prontos ou semi-prontos, produtos enlatados, como macarrão com salsicha. Hoje os pratos são preparados na escola e nós servimos uma alimentação completa, mais saudável, balanceada para atender as necessidades nutricionais dos nossos estudantes”, comenta.
A coordenadora de alimentação escolar da Seduc-SP, Tatiane Christina Domingos, conta que os alimentos oriundos da agricultura familiar são adquiridos por meio de chamada pública e que a equipe de nutricionistas da pasta faz visitas de campo aos fornecedores para conhecer todo o processo de plantio e produção dos insumos que chegam às escolas. Ela complementa, ainda, que a Educação tem valorizado o trabalho das cozinheiras escolares, que criam novos pratos para instigar o paladar de crianças e adolescentes que não têm costume de comer frutas, legumes e verduras em casa. “Nós estamos, neste ano, no segundo ano do Concurso de Receitas das Cozinheiras Escolares e temos, entre os preparos, equipes que criaram receitas para que os estudantes aceitassem cenoura e até banana, por exemplo”.
Tatiane afirma que os alimentos oriundos da agricultura familiar vêm de diversos estados do país, mas a prioridade é para a produção local. Só do estado de São Paulo, são mais de 20 tipos de ítens adquiridos diretamente da agricultura familiar, beneficiando milhares de famílias envolvidas. Para que os produtores estejam aptos às chamadas públicas da Seduc-SP, é preciso fazer parte de uma cooperativa ou associação. “Não é preciso ter grande produção, pois o cooperativismo tem o papel de juntar muitos produtores e formar grandes volumes”, complementa.
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