ENTRETENIMENTO

Troca de experiências marca 4ª edição da Feccif – IFSP

Feira Estadual de Ciência e Cultura realizada no Campus Suzano segue nesta quinta

As atividades da 4ª edição da Feira Estadual de Ciência e Cultura (Feccif) do IFSP, realizada no Campus Suzano, seguem nesta quinta-feira (23) com a apresentação dos 32 projetos finalistas, selecionados entre 155 projetos de 23 instituições de ensino de 49 municípios, apresentados durante a primeira etapa da Feccif. 

Além de conhecer os projetos durante a exposição em formato de pôster, os visitantes podem participar de oficinas, minicursos, palestras, mostra de artes e outras atividades da programação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia do Campus Suzano, que acontece em paralelo à feira.  

Os projetos vencedores da Feccif serão conhecidos durante evento online a ser realizado nesta sexta-feira, a partir das 16h. Acompanhe aqui 

 

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Projetos e troca de experiências 

Neste ano, o evento recebeu projetos nas seguintes categorias: Ciências Agrárias, Ciências Biológicas, Ciências Exatas e da Terra, Ciências Humanas, Ciências da Saúde, Ciências Sociais Aplicadas, Engenharia, Linguística, Letras e Artes. Para conhecer os projetos finalistas, clique aqui  

Os jovens pesquisadores vieram de diferentes instituições de ensino e regiões do estado de São Paulo. Dois grupos de estudantes do 3º ano do curso Técnico em Química integrado do ensino médio do Campus Matão saíram da cidade às 2h30 desta quarta para apresentarem seus trabalhos na feira. Acompanhados dos professores Andréia Aparecida Cecílio e João Henrique Saska Romero, os jovens pesquisadores atendem demandas locais e têm contato com o arranjo produtivo local.  

Com o projeto “Merenda escolar em debate: métodos físico-químicos para análise de bebidas ultraprocessadas”, os alunos analisaram a qualidade das bebidas industrializadas oferecidas pelas escolas públicas de Matão a seus estudantes. “Fizemos a leitura dos editais públicos para saber quais bebidas poderiam ser compradas por meio de licitação, o contato com empresas pedindo amostras de sucos e a análise dos materiais, mostrando quais bebidas são mais adequadas para o consumo, o que pode, inclusive, impactar o mercado local, visto que uma das bebidas melhor avaliadas encontra-se em Matão”, destacam Eduarda Santos, Higor Haasaka e Luana Aparecida Rodrigues.  

O segundo grupo de Matão, formado pelos alunos Beatriz Barroso, Maria Eduarda Rizzo, Vitor Linhares, Erick Carvalho e Eduarda de Moraes, avaliou a presença de iodo na alimentação escolar da cidade. “Durante o projeto, pudemos aplicar tudo o que aprendemos durante os três anos de curso. O Instituto Federal nos proporciona muitas oportunidades que promovem nosso desenvolvimento pessoal e profissional. Fizemos visitas técnicas a empresas químicas e vimos que já podemos ir para o mercado de trabalho com um bom salário”, revela Maria Eduarda.  

Vitor lamenta que o curso esteja chegando ao fim. “Estudar no IFSP é uma experiência incomparável. Temos uma proximidade muito grande com os professores. São nossos mestres e também amigos. Essa relação motiva ainda mais o interesse pelo aprendizado. Converso com amigos de outras escolas e sei que  o IF tem muitos diferenciais, como o desenvolvimento de pesquisa, participação em eventos científicos, visitas técnicas, projeto integrador. Enfim, muitas oportunidades que nos fazem  sentir preparados para o futuro. Por tudo isso, é triste ter de se despedir da escola”, relata.  

Beatriz fez questão de exaltar o acolhimento da Instituição. “Ao mesmo tempo que os professores estão ao nosso lado, eles nos incentivam a tomar iniciativa. Além disso, eles nos ajudam não só diante das dificuldades acadêmicas, mas pessoais também. É o IF”, diz.  

Apoio financeiro 

Os alunos do Campus Matão e todos os demais estudantes do IFSP aprovados para a etapa presencial da Feccif receberam auxílio financeiro das Pró-Reitorias de Ensino e de Pesquisa e Pós-Graduação para as despesas de transporte, alimentação e hospedagem. “Sem esse auxílio, não estaríamos aqui hoje. Também não poderíamos ter tantas experiências que o IFSP nos proporciona por meio de viagens técnicas e culturais”, apontam Katherine Marchesan e Luiza de Souza, alunas do Campus Campinas.  

Essa é a terceira participação das jovens pesquisadoras no evento. “A cada edição, aprendemos mais com a troca entre estudantes de outras escolas e regiões do estado e as sugestões dos docentes e avaliadores, além do olhar de outros alunos”.  

Cursando o último ano do Técnico em Informática integrado ao ensino médio, elas apresentam, neste ano, o projeto “De sinais a palavras: o primeiro tradutor de Libras para português”, que visa desenvolver um aplicativo capaz de identificar palavras e frases em Língua Brasileira de Sinais e traduzi-las para a Língua Portuguesa em tempo real. “Quando iniciamos a pesquisa, ficamos admiradas ao descobrir que ainda não existe uma ferramenta que faça essa tradução, sendo que existem cerca de 2,3 milhões de pessoas surdas no Brasil”.  

Parte da pesquisa é feita junto a associações de acolhimento a surdos. “Trabalhamos com eles para que validem nosso trabalho antes de disponibilizarmos gratuitamente o aplicativo a todos os interessados, o que deve acontecer até o fim do ano”, explicam. 

Outras escolas 

A Feccif reúne ainda estudantes de outras escolas do estado. Livia Bittencourt, Lucas Brito e Yago Matias, alunos do último ano do curso técnico da Escola Técnica Estadual (Etec) de Suzano, contam que participam, pela primeira vez, de um evento científico com exposição oral. “É uma experiência única  apresentar nosso projeto desenvolvido durante todo o ano em um evento científico. É muito legal o IFSP abrir esse espaço para outras escolas”, avaliam.   

Eles apresentam o projeto “Hidroxiapatita e Bioativos Naturais”, no qual desenvolveram uma tinta antibacteriana de baixo custo utilizando hidroxiapatita obtida a partir da semente de nim, árvore indiana encontrada no Brasil, cuja produção é bastante fácil devido a sua alta resistência a diferentes biomas.  

Durante os dois dias de feira, são esperados cerca de dois mil visitantes. O retorno às atividades presenciais após a pandemia de Covid-19, acredita o professor Paulo Renato de Souza, presidente da Comissão de Organização da Feccif 2025, “favorece a troca entre os participantes e resulta em parceria de pesquisa entre os campi do IFSP e entre diferentes instituições, o que foi bastante prejudicado durante a pandemia, quando as relações ficaram distantes”, e completa: “vemos que os estudantes de ensino médio que têm a oportunidade de participar de eventos como esse, de se comunicar de forma oral e científica, estão muito mais bem preparados do que aqueles sem esse tipo de participação”.  

Avaliação 

Durante a etapa presencial da Feccif, estudantes e orientadores são avaliados por Comitês de Avaliação formados por cerca de 50 docentes, pesquisadores e profissionais das mais diversas áreas do conhecimento.  

Professor Jairo Matozinho, professor de Química e coordenador do curso de pós-graduação em Educação Socioambiental do Campus Suzano do IFSP, é avaliador do evento há oito anos, quando ainda era realizado em âmbito regional. Nesse período, ele percebe a evolução dos projetos apresentados e destaca, sobretudo, a importância da participação em eventos científicos para a formação dos estudantes. “Desde a década de 1980, já está documentado em artigos científicos que essa participação é fundamental e estimulante. Aqui há a necessidade de os alunos se exporem. E falar sobre o trabalho desenvolvido tem um ganho pedagógico. Essa troca entre os estudantes, os alunos e o público e os alunos e os professores é muito enriquecedora”, analisa.   

Premiação 

Os projetos vencedores da Feccif serão conhecidos durante o evento online nesta sexta-feira, a partir das 16h. Acompanhe a transmissão da cerimônia de premiação aqui. 

Serão oferecidas bolsas de Iniciação Científica Júnior (ICJ) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para os estudantes autores dos trabalhos com melhor classificação. Professores orientadores dos trabalhos premiados também poderão receber bolsas de Apoio Técnico em Extensão (AT-NS).  

O trabalho melhor classificado será indicado para participar da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace).  

Todos os participantes recebem certificados. Os autores dos trabalhos premiados recebem medalhas e um certificado de premiação.  

 

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